GRÉCIA É UMA VIAGEM PELA HISTÓRIA MUNDIAL
Por Elisa Stecca

Luxo é bom e quem não gosta? Principalmente se não for óbvio. Poucas coisas se igualam ao conhecimento que adquirimos ao viajar, um verdadeiro investimento. Já ouvi dizer que ao viajar gastamos dinheiro e ficamos mais ricos!

Quero conhecer o mundo e pensei num projeto que reunisse tudo que gosto de fazer quando viajo e assim nasceu “novoshorizontes”, um roteiro de extremo luxo: guias que são professores de história, horários mágicos para visitar os lugares, tempo para fazer os passeios, cultura atual, boa comida e umas comprinhas, tudo isso compartilhado entre amigos, só multiplica.

Nesse sentido, a Grécia oferece um destino completo.

Por do Sol, mágico!

Mais de 5.000 anos de civilização, natureza privilegiada e conforto com belíssima estrutura de turismo. Aliás, depois da crise, o turismo se tornou a maior fonte de rendimentos do país o que significa bom acolhimento e simpatia com os estrangeiros. Todo mundo fala inglês, todo mundo ajuda com um sorriso.

Somos seis amigas dispostas e a viagem começa em Atenas, cidade que desde a Antiguidade é centro gerador e difusor da Arte, da Filosofia e do Pensamento Oficinal. Em Atenas, literalmente tropeçamos na História.

Sugiro iniciar com uma boa visita guiada ao Museu Arqueológico Nacional, onde teremos uma perspectiva ampla da formação da Elas (Grécia em grego). Muito bem montado, didático, nosso guia Panagiotis nos transposta para 5.000 a.C., início da cultura Minoica, primeira civilização do viria a ser a Grécia Antiga.

Munidos de informações importantes, podemos visitar a Acrópole e o Paterno (Acro, ponto mais alto), centro político e religioso da Antiguidade onde desde o século 5 a.C. se cultuava e deusa da Sabedoria, Atena, madrinha da cidade. Impossível não perceber as sucessivas ocupações do templo que passou do paganismo ao cristianismo e posteriormente ao Islamismo.

Igreja Bizantina!

Os edifícios estão ali, mas as estátuas, os objetos, as decorações ficam no Novo Museu da Acrópole, um projeto moderno que tenta nos mostrar um pouco da estética exuberante da Grécia antiga. Ficamos sabendo, por exemplo, como as estátuas e frisos de mármore eram inteiramente pintados em cores bem fortes e não na cor natural que conhecemos através das releituras do Renascimento. Muito interessante.

Depois, um pouco mais da história no Museu Numismático que, além de reunir moedas impressionantes, como as que foram oferecidas a Judas quando da delação de Jesus, está implantado em uma das mais belas casas do início do século 20, onde morou o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann, misto de gênio desconhecido e aventureiro que, munido da Odisseia de Homero, partiu em busca da Cidade de Tróia e trouxe à tona grande parte dos sítios arqueológicos que visitamos hoje na Turquia e na própria Grécia. O pátio é um charme e o café, uma delícia.

Praça Sintagma no centro de Atenas!

Bom para comer uma saladinha fresca e seguir a pé para a praça Sintagma onde fica a sede do Parlamento, primeiro palácio real da Grécia moderna, quando o país se libertou dos turcos no ano de 1023. Ali, podemos assistir à famosa troca da guarda que acontece em frente ao túmulo do soldado desconhecido a cada hora.

No domingo, ao meio-dia, acontece a troca de gala com banda marcial e desfile. Os soldados vestem o traje típico. Uma saia com 400 pregas, uma para cada ano de dominação do Império otomano, e um sapato com grandes pompons onde se escondia uma faca, o que explica a marcha com a perna alta, como em um chute.

Seguindo em ordem cronológica, saímos do séc. 5.000 a.C. e passamos para o período bizantino, primeiro milênio da Era Comum, quando o cristianismo foi paulatinamente substituindo o culto e os deuses pagãos, até se tornar a religião oficial do Império Romano.

Além de podermos acompanhar a aflição dos primeiros cristãos, passamos pela Idade Média e sua iconografia preciosa servindo à catequese e à divulgação da Igreja Ortodoxa e sua relação pouco amigável com a Igreja Apostólica Romana.

Maravilhoso. Gráficos e animações 3D nos transportam às famosas Invasões Bárbaras que aprendemos na escola, aliás visitar a Grécia é como saltar para dentro de um livro de história geral, tudo aquilo que ouvimos na sala de aula faz sentido.

Os Mosteiros suspensos de Delfos!

Ainda no continente, partimos para a cidade de Delfos, onde há cada dois anos se reuniam dirigentes de todas as regiões do mundo civilizado pré-cristão para cultuar o deus Apolo e consultar o Oráculo. Ali, mulheres-médiuns sob transe induzido, recebiam mensagens cifradas que depois eram interpretadas por sacerdotes eruditos.

Cada cidade oferecia um pequeno templo, ricamente decorado, chamados tesouros, além de muitas estátuas que podem ser vistas no pequeno, mas importantíssimo museu aos pés do Monte Parnaso, onde o maior destaque é a estátua em bronze do Auriga, uma das raras representações gregas originais em bronze, de um condutor de carruagens muito bem preservado que adornava o estádio local.

Um pouco mais à frente e passamos pelo local que homenageia o rei Leônidas e seu exército que inspirou o filme “300″. O mais impressionante é que as batalhas travadas por ele foram chamadas de Termólias, em função da Ilhas do Mar Egeu que ali se localizavam. Olhamos em volta e só vemos terra e montanha, como assim mar?

Kalambaka e o Horáculo de Delfos !

Aliás, mar é o assunto do ponto alto da viagem pelo continente, a cidade de Kalambaka, 350 km distante de Atenas, onde nos deparamos com uma das paisagens mais maravilhosas que já vi.

Uma vez coberta pelo oceano a planície que hoje vemos nos brinda com formações sedimentares de mais de 500 metros de altura. É como um cânon ao contrário, simplesmente maravilhoso.

Como se beleza natural não fosse suficiente, a partir do século 12, sobre os picos planos dessas formações estonteantes, se estabeleceram mosteiros ortodoxos. Embora variem de tamanho, uma construção desse tipo demorava, em média, 80 anos para se completar.

Hoje, podemos visitar alguns e nos deliciar com o silêncio e as capelas ricamente decoradas e aprender um pouco mais sobre a arte bizantina e as sutilezas da igreja ortodoxa, assim como sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que destruiu grande parte da região. Os mosteiros então, tiveram papel importante ao acolher e proteger principalmente crianças.

Hora de voltar a Atenas e pegar o barco. Vamos conhecer um pouco das famosas Ilhas Gregas!

Vista panorâmica da Grécia, um encanto!

Começamos por Santorini – o nome dessa ilha-presépio vem do italiano, Santa Irene. Minha sugestão é alugar um carro e fazer todas as praias. Dá para conhecer todas num dia. O forte aqui são as cores. O famoso pôr-do-sol, as casinhas brancas, praias de pedras pretas e areias vermelhas.

Vista panorâmica da Grécia, um encanto!

Do porto, subimos por teleférico ou no tradicional lombo de burricos, às charmosas vilas de Oia e Thira. A configuração geográfica que temos hoje é fruto da erupção de um vulcão em 1.600 AC, um fenômeno natural sem precedentes na história da humanidade, responsável por mudanças climáticas em todo o globo terrestre.

Em Santorini – Foto: Arquivo Pessoal
Em Santorini – Foto: Arquivo Pessoal

Uma ótima pedida é conhecer a cratera, ativa, do vulcão. Dá para sentir o calor que vem do centro da terra e nadar em um trecho com água quente e sulfurosa numa baía em pleno mar Egeu. Comida ótima, saudável e compras espetaculares.

Syros – Foto: Arquivo Pessoal
Syros – Foto: Arquivo Pessoal

Próxima parada, Syros. Essa ilha sofisticada tem características bastante diferentes. Diferentemente das outras regiões da Grécia que seguem a religião ortodoxa, aqui a maioria é católica.

Isso se deve ao longo período de domínio veneziano (1207-1537) que também legou ao local forte influência arquitetônica, sobretudo em Ermopolis, centro administrativo e comercial. Os elegantes edifícios neoclássicos nos transportam a uma outra Europa.

Em contraste, a vila de Ano Syros, no alto das montanhas nos leva diretamente ao período medieval com suas ruelas e belas igrejas, entre elas Agios Syros, do século 13. A vista é espetacular.

Menos frequentada do que as irmãs Mykonos e Santorini, Syros nos oferece aquela experiência local, ficar horas tomando um bom café, comendo o tradicional bolo de semolina, os lokumes (geleias como os turkish delights) e as spanakoptas, ou folhados salgados. Uma grata surpresa, dá para se sentir um local!

Arte na ilha de Creta – Foto: Arquivo Pessoal
Arte na ilha de Creta – Foto: Arquivo Pessoal

Finalmente chegamos a Creta. Cidade mítica, sede do Palácio de Knossos, lar da lenda do Rei Minos e do Mintauro. Impossível não ficar maravilhado com as ruínas desse maravilhoso complexo arquitetônico da Era de Bronze grega.

Iniciado em 1.900 AC, tinha 22 mil metros quadrados de planejamento intrincado, corredores, salas e salões, cômodos reais, cozinhas, despensas, salas de banho, além de pátio interno.

Arte na ilha de Creta – Foto: Arquivo Pessoal
Arte na ilha de Creta – Foto: Arquivo Pessoal

As pinturas nas paredes são muito elaboradas e cheias de significado. Os homens são sempre representados na cor vermelha e a presença do azul em ornamentos e decorações indicam relações comerciais com os fenícios. É tudo muito impressionante, geométrico, atual e inteligente.

No museu arqueológico, podemos nos deliciar com os artefatos que indicam uma civilização sofisticada. Lindas cerâmicas, joias, roupas e representações do touro, animal de grande culto além de atividades atléticas envolvendo tanto homens como mulheres!

Nem mesmo os gregos sabem ao certo quantas ilhas existem em seu arquipélago, calcula-se algo em torno de 6.000, das quais apenas 227 são habitadas.

Nossa viagem durou 15 dias, suficientes para dar aquele gostinho de “quero mais”. Quero mesmo e quero MUITO!

A agência 2Goturismo fez todas as reservas incluindo passagens aéreas, hotéis, o cruzeiro, além dos passeios privativos em Atenas. E-mail: contato@2gotur.com.br. Tel. +55 11 98539-4796

Fonte HARPER´S BAZAAR BRASIL: https://goo.gl/1KczLt

Tags:Atenas, Creta, Grécia, Santorini, Syros